sábado, 24 de novembro de 2007

Estoicismo e Epicurismo

O epicurismo e o estoicismo têm como característica comum garantir ao homem o bem supremo, a serenidade, a paz, a apatia.
Relativamente ao epicurismo, filosofia moral de Epicuro (341-270 a.C.), defendia o prazer como caminho da felicidade. Para que a satisfação dos desejos seja estável é necessário um estado de ataraxia, isto é, de tranquilidade e sem qualquer perturbação. O poeta romano Horácio seguiu de perto este pensamento de defesa do prazer do momento, ao considerar o "Carpe Diem" ( "aproveita o dia", "colhe o momento") como necessário à felicidade. No epicurismo não se trata do prazer imediato, como é desejado pelo homem vulgar; trata-se do prazer imediato, reflectido, avaliado pela razão, escolhido prudentemente. É preciso dominar os prazeres, e não se deixar por eles dominar. O prazer espiritual diferenciar-se-ia do prazer sensível, porquanto o primeiro se estenderia também ao passado e ao futuro e transcende o segundo, que é unicamente presente. O seu objectivo acima de tudo era libertar as pessoas do medo da morte, pois não podemos fugir do nosso destino, devendo tirar o melhor partido da única vida que temos, devendo, para tal, desfrutar dos nossos prazeres com moderação.
Referente ao estoicismo, considera ser possível encontrar a felicidade desde que se viva em conformidade com as leis do destino que regem o mundo, permanecendo indiferente aos males e paixões, que são perturbações da razão. O ideal ético é a apatia, que se define como a ausência de paixão permitindo a liberdade, mesmo sendo escravo. Dado que a natureza é governada por princípios racionais, há razões para que tudo seja como é. Não podemos desejar mudar isso, pois a nossa atitude perante a nossa mortalidade, ou o que nos parece ser uma tragédia pessoal deveria ser de serena aceitação. A vida ideal que aspira à liberdade e à paz como bens supremos, consistiria na renúncia a todos os desejos possíveis, aos prazeres positivos, físicos e espirituais; e, por conseguinte, em vigiar-se, no precaver-se contra as surpresas irracionais do sentimento, da emoção, da paixão. Não ser perturbado no espírito, renunciando a todos os desejos possíveis, visto ser o desejo inimigo do sossego: eis as condições fundamentais da felicidade, que é precisamente liberdade e paz.
Assim sendo, para enfrentar o medo da morte, é preciso viver cada instante que passa, sem pensar no futuro, numa perspectiva epicurista do "Carpe Diem". No entanto, essa vivência do prazer de cada momento tem que ser feita de forma disciplinada, digna, encarando com grandeza e resignação esse Destino de precariedade, numa perspectiva que tem raízes no estoicismo.
O único bem é o prazer, como o único mal é a dor; nenhum prazer deve ser recusado, a não ser por causa de consequências dolorosas, e nenhum sofrimento deve ser aceite, a não ser em vista de um prazer, ou de nenhum sofrimento menor.
A serenidade do sábio não é perturbada pelo medo da morte, pois todo mal e todo bem se acham na sensação, e a morte é a ausência de sensibilidade, portanto, de sofrimento. Nunca nos encontraremos com a morte, porque quando nós somos, ela não é, quando ela é nós não somos mais.
Em relação a Ricardo Reis e estas temáticas, procura o prazer nos limites do ser humano face ao destino e à brevidade da vida. Faz a apologia da indiferença solene diante do poder dos deuses e do destino inelutável. Considera que a verdadeira sabedoria de vida é viver de forma equilibrada e serena, "sem desassossegos grandes", "Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos./ Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio./ Mais vale saber passar silenciosamente/ E sem desassossegos grandes.".

12 comentários:

Trandafir_Albastru disse...

Muito obrigada por esta maravilhosa explicação que me ajudou a elaborar uma pequeno trabalho oral :)

Anónimo disse...

Deves ter tido uma excelente prestação oral com essa boca...

Anónimo disse...

LOOLOLOL

Anónimo disse...

Epa obrigado..eu estava com dúvidas para um teste e este site ajudou muito.

Anónimo disse...

Não entendo nada distoo! Desespero completo!

Anónimo disse...

com essa boca até pediam por mais ...

Anónimo disse...

O que intressa a boca ?

Anónimo disse...

esta porcaria é péssima por favor tirem isto da net seu vagabundos cabroees

Anónimo disse...

Cambada de zequinhas panoes

Anónimo disse...

Vocês são extremamente porcos.

Unknown disse...

As explicações me ajudaram mto. Mto Obrigado!

Anónimo disse...

Com esse cu estás convidada a cagar cá em casa.



Assinatura de Ricardo Reis